Espumante Vidigueira in Diário do Alentejo

O Jornalista Manuel Baiôa escreveu para o Diário do Alentejo sobre os espumantes alentejanos, incluindo o nosso Espumante Vidigueira, um espumante proveniente 100% da casta antão vaz: «As vendas de espumante estão a crescer a nível mundial e os produtores alentejanos não podiam ficar arredados desta tendência que também está a ter impacto em Portugal.»

 

 

 

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Espumantes do Alentejo in Diário do Alentejo, 3.1.2020

As vendas de espumante estão a crescer a nível mundial e os produtores alentejanos não podiam ficar arredados desta tendência que também está a ter impacto em Portugal.

O consumo de espumante estava num passado recente muito limitado às festas de aniversário, onde se bebia um espumante doce de fraca qualidade juntamente com bolos, ou então, as vendas estavam circunscritas às festas de fim de ano. Hoje, felizmente, os consumidores portugueses estão mais informados e exigentes e o consumo de espumantes secos e brutos de qualidade cresceu imenso. O espumante bruto, isto é, sem adição de açúcar, é uma bebida versátil que pode acompanhar as refeições desde os aperitivos até às sobremesas, acompanhando com grande classe carne e peixe. O Alentejo domina o mercado nacional de vinhos e por isso não podia ficar alheado desta tendência de crescimento do consumo das “bolhinhas”.

As regiões com maior tradição na produção de espumantes em Portugal situam-se a norte, em zonas mais frescas, em particular na Bairrada e na Távora-Varosa, embora atualmente se produzam espumantes em todo o país. A produção de espumante está associado a zonas mais frias, porque para elaborar um bom vinho base para espumante é necessário que o vinho tenha uma graduação alcoólica baixa e uma acidez e pH adequados, que não é fácil conseguir no Alentejo. Donde, muitos críticos afirmam que o clima do Alentejo não é propício à elaboração de espumantes de qualidade. A maioria dos produtores do Alentejo que consultamos concorda que a produção de espumantes no Alentejo é exigente e requer uma grande atenção na data da vindima, que por norma é precoce.

Óscar Gato, enólogo da Adega de Borba, defende que para “produzir um vinho com menor teor alcoólico ou para produzir um vinho com maior nível de acidez total, será sempre uma questão de decisão de vindimar na altura mais aconselhada”. Por outro lado, “na vinha procuramos uvas provenientes de castas com maior índice de acidez, provenientes de vinhas expostas em encosta a norte, com maior frescura, uvas vindimadas ao início da manhã, com temperatura mais baixa nos bagos de uva, com menor teor de açúcar para que possamos privilegiar e dar ênfase ao equilíbrio do vinho”.

Sofia Uva, export manager da Herdade da Mingorra, afirma que ao elaborar os seus espumantes têm especial atenção na “escolha das variedades, nos tipos de solo e localização das parcelas”. Têm ainda “preocupações ao nível de sebe e da área foliar e não usam os cachos muito expostos ao sol”, para além de vindimarem mais cedo para preservar a frescura.

Sandra Sárria, enóloga dos espumantes Sexy, da Fita Preta, revela que optam pelas “castas autóctones do Alentejo que são tardias, têm nove-dez por cento de álcool e uma acidez perfeita para espumantes. As castas bancas tradicionais são pouco aromáticas e por isso são muito interessantes para a produção de vinhos base para espumantes. No rosé fazemos aproveitamento da monda de cachos nos tintos, que se faz, a fim de obter a maturação perfeita, em que o grau alcoólico é ainda baixo e a acidez elevada”.

Cátia Fonseca, marketing manager da Ribafreixo, realça que a qualidade do seu espumante deriva em grande parte das suas vinhas, que estão integradas na Sub-Região DOC de Vidigueira, pois esta região tem “um microclima único”, com “uma exposição solar perfeita, verões quentes e secos, temperados com uma brisa fresca do Atlântico e uma significativa variação entre a temperatura da noite e a do dia. Estas características aliadas ao terroir de xisto da nossa herdade, originam vinhos que se revelam bastantes frescos, minerais e com uma acidez bastante equilibrada”.

Daniela Almeida do departamento de Marketing, da Adega Cooperativa de Vidigueira, Cuba e Alvito realça que os diversos prémios conquistados pelo seu espumante devem-se, entre outras razões, à “seleção das uvas que, nesses anos, apresentavam os parâmetros de maturação mais equilibrados para a produção de espumantes, nomeadamente no que respeita ao equilíbrio entre a acidez e os açúcares”.

A prova de espumantes alentejanos que realizamos demonstra que os consumidores devem ter confiança neste novo produto que começa a fazer parte do portefólio da maior parte das empresas da nossa região, pois os mesmos revelaram-se aromáticos, frescos e cremosos e são a perfeita combinação para a maior parte da gastronomia alentejana.

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